Era bem cedo quando o 3º dia do Tour Be My Friend iniciou. Sabíamos que o dia ia ser longo, o tempo estava contado ao minuto. Esperavam-nos 3 sessões em 3 cidades diferentes.
A primeira cidade foi Campo Maior onde fotografámos animais do Canil Municipal e da associação Amigos dos Animais de Campo Maior.
Com cerca de 16 animais cada um, foram fotografados 30, na sua maioria de médio e grande porte. Nesta altura não imaginávamos que os patudos gigantes iam ser o mote do dia. Observa-se que os animais presentes em ambas as instituições são muito acarinhados e são claramente felizes, no entanto, queremos muito que o canil e a associação não passem de um local temporário para estes animais e que não falte muito para encontrarem outro lugar para serem felizes.
A 2ª sessão do dia aconteceu no Arronches Adopta, a associação da Vila de Arronches, aqui acolhem-se cerca de 16 animais. Não conseguimos fotografar todos, alguns não quiseram colaborar, mas 13 modelos deixaram que lhes fosse tirado o retrato. O local em si, apesar de pequeno, tem muito espaço para todos brincarem. Também aqui o número de patudos de tamanho XL foi acima do esperado, todos eles muito pachorrentos e dóceis. Com estes tamanhos enchem-se as casas e os corações.
Para finalizar fomos até Elvas, mais precisamente à associação Movimento Animal de Elvas, fotografar 32 dos 40 animais acolhidos. Desses, 6 eram uns cachorrinhos de 2 meses deliciosos e de derreter qualquer um. Alguns cães “urso” foram as estrelas da sessão. Gigantes gentis, igualmente meigos e simpáticos, com muita lambidela para dar.
Num tom mais sério, não podemos deixar de perceber que há um tema comum a todas as associações por onde o Be My Friend tem passado. Todas referenciaram o início da época de caça como causa do aumento exponencial do número de cães abandonados que chegam às associações. A prática, como nos foi descrita, parte pela criação deste tipo de cachorros que, aquando da chegada da época de caça, são postos à prova pelas suas habilidades de caça e escolhidos. O animal que não estiver à altura, é abandonado.
Parece um flagelo que poderia ser evitado caso houvesse consciência na criação dos animais de caça. Muito nos entristece que, em tempos tão modernos e que se esperam mais conscientes, ainda se aja de forma tão leviana com a vida destes patudos. Cabe-nos consciencializar para esta situação e esperar que as coisas possam mudar, pela vida dos nossos patudos.