Hoje contamos-vos a história da Sara, de caçadora em Portugal a pedestrianista nos Países Baixos.
Esta patuda foi adotada na APA de Torres Vedras no início de Julho e emigrou de imediato para Amesterdão, na Holanda (atualmente Países Baixos). E como será que o seu novo melhor amigo a conheceu? Desvendamos tudo: “Eu sigo o trabalho da APA desde 2017. Como viajava
muito entre Lisboa e Amesterdão, fui padrinho de voo de vários patudos adotados na Holanda ou Bélgica. Desde essa altura que sigo regularmente as suas publicações e de alguns dos voluntários que apoiam a associação. A Sara era apenas mais um dos muitos animais que são diariamente resgatados e precisam de um novo lar. Mas houve algo nos olhos dela na fotografia que me prendeu por mais tempo que o habitual. E fiquei vários dias a meditar se estaria na altura de voltar a adotar um cão, 2 anos passados desde o falecimento do meu anterior, e concluí que sim. Houve também um factor adicional que era a idade da
Sara, que já tem 9 anos. É certamente mais difícil encontrar adotantes para cães seniores, e para mim, pessoalmente, não era importante ter um cachorro”.
Para melhor conhecermos a Sara, perguntámos ao seu fantástico humano quais as características que melhor a definem e que gostaria de realçar. Ora vejam só quem é esta patuda fantástica: “A Sara veio previamente do canil Municipal de Torres Vedras, e a história dela antes disso é totalmente desconhecida. Aparenta ter sido usada na caça, pelo comportamento que tem de querer investigar arbustos e fica doida com coelhos e tenta persegui-los. Como cão sénior é certamente mais calma que um cachorro. Mas ainda tem imensa energia. Não gosta particularmente de brinquedos, mas adora passear – fazemos juntos quase 10 km por dia! Muito afetuosa, ótima com outros animais e crianças. Tivemos imensa sorte com ela”. A Sara é ou não é uma patuda incrível? E aposto que vos fará rir muito: “Apesar de ter sido um cão de caça, penso que foi um muito mau, porque acontece amiúde que enquanto está de nariz no chão à procura dos coelhos, estes saltitam à sua volta a menos de um metro, sem que ela muita vez se aperceba”. Aqui deste lado as gargalhadas saltaram sem pedir autorização!
Embora a caça não seja o forte da Sara, existem coisas em que é uma verdadeira expert: “A Sara não é o meu primeiro cão, e de certa forma vem preencher um vazio que já existia há algum tempo. As mudanças eram esperadas, mas implicam sempre algum ajustamento. A principal alteração é que me obriga a ser mais disciplinado com os meus horários – num contexto em que devido à pandemia e estando a trabalhar de casa tinha dificuldade em separar o trabalho do lazer. Ela agora força-me a ter horários mais bem definidos. Mas de certa forma trabalhar de casa para nós é ótimo pois estou muito mais disponível para ela”.
Para terminar esta linda história, que combina com uma linda patuda, só mesmo uma grande mensagem: “A maioria das pessoas, quando pensa em ter um cão, começa a desfilar mentalmente as raças que admira e o cão ideal que gostaria de ter. O desafio que deixo é que não pensem no cão perfeito e vão a um dos muitos canis que existem e vejam, toquem, interajam e brinquem com os cães que há. Irão de certeza apaixonar-se por algum.
Mas pensem bem antes de adotar se têm disponibilidade de tempo, energia, emocional e financeira”.
Agradecemos muito ao Tiago Cipriano Pires por partilhar a sua história e desejamos as melhores “patudices” do mundo!
Texto de Patrícia Pessoa
Já conhecia a história, é muito boa.
Conheço a Sara, ela é um amor e tem muito sorte com o dono.
Já tive oportunidade de conviver com a Sara durante alguns dias em que esteve em Portugal. É muito doce, muito meiga e faz muita companhia. Gosta muito de festas. Segue o dono para todo o lado e os seus olhos que são um pouco tristes, parece que se iluminam quando o vêem. Se tivesse um animal de companhia, seria um como a Sara.