A importância do match perfeito entre cão e a rotina dos adotantes
O amor pelo cão e o sentimento de: “É ele” contribuem muito para um match perfeito mas, na minha opinião, não é o suficiente para uma experiência de adoção e uma vida de qualidade para ambos. Enquanto adotantes teremos de estar dispostos a adaptar as nossas rotinas e a dedicar amor, tempo e dinheiro ao novo elemento da família. A adaptação pode ser facilitada se refletirmos sobre as nossas rotinas e conhecermos o perfil do cão que nos propomos a adotar.
Todos nós temos uma rotina única. Alguns saem cedo de casa e regressam tarde, outros passam muito tempo em casa, uns viajam todos os fins de semana, outros apenas nas férias.

No processo de adoção de um cão, esta adaptação não dever se dramatizada, mas deve ter em consideração os hábitos e as rotinas de cada um. É um ser, um coração com 4 patinhas, com necessidades próprias e que depende de nós para tudo. Para ele tudo é novidade e tudo é analisado com base nas suas experiências passadas. Os primeiros meses vão ser total novidade para o cão. Ele vai estar fora do seu espaço de conforto, da sua boxe no canil, dos seus companheiros de box, o espaço que para alguns foi o único que conheceram.
A empatia com o cão é um ponto chave desta nova relação que se estabelece. Acredito que este match perfeito pode ser potenciado se existir uma reflexão e análise do perfil dos adotantes e do perfil do cão.

Talvez um cão sénior não seja a melhor escolha para quem planeia ir correr com o cão ou dar longas caminhadas; talvez um cachorro não seja o cão com o perfil que melhor se adapte a alguém que vive num prédio antigo em que o som entre andares é muito notório; talvez um cachorro não seja a melhor opção para alguém que não tem paciência para educar amigavelmente; talvez um cão idoso não seja o indicado para alguém que não tem muito recursos económicos, pois o cão irá entrar numa fase da sua vida em que requer cuidados médicos; talvez um cão com muita força não seja o indicado para um adulto idoso e com pouca capacidade de mobilidade; talvez um cão que tem medo de crianças, não seja o indicado para uma família com várias crianças.
Infelizmente são inúmeros os cães para adoção, por isso é possível que a decisão de adotar possa ser refletida tendo por base o perfil de cada um. Nesta análise sejam compreensivos e tolerantes com as associações/canis, são eles que lidam com o animal, são eles que conhecem os seus comportamentos, as suas rotinas e as suas reações. Questionem, reflitam e compreendam que, mais importante que a beleza ou o porte do cão, é o comportamento e adequação do perfil do mesmo ao perfil do adotante. Confiem nas associações, eles sabem melhor que ninguém como fazer o match perfeito.
Texto de Mónica Augusto